Carteiras digitais têm alta aderência entre brasileiros

Pesquisa revela diferença geracional no uso do serviço

Cerca de metade dos brasileiros pagaram contas usando uma carteira digital no último ano

As carteiras digitais estão se tornando cada vez mais parte da rotina dos brasileiros. De acordo com um estudo da consultoria PYMNTS, realizado em parceria com o Google, 84% afirmam ter utilizado o serviço nos últimos 12 meses. Também conhecida como e-wallet ou digital wallet, a carteira digital é uma forma de armazenar e gerir dinheiro de forma eletrônica. Ela permite realizar transações financeiras, como pagamentos e transferências, através de dispositivos eletrônicos, como smartphones, tablets ou computadores. A alta aderência no Brasil, maior que a média internacional (74%), mostra que as várias ferramentas disponíveis na tecnologia agradam o público. Cerca de metade dos brasileiros (47%) pagaram contas usando uma carteira digital no último ano, e 27% utilizaram-na para compras online. Elisa Joia, head de operações de pagamentos do Google na América Latina, afirma que o brasileiro abraçou as carteiras digitais. “Com o uso delas, eles ganham conveniência e reduzem significativamente os riscos de perder dinheiro ou ter os dados comprometidos. Além disso, as transações são ágeis e contam com diversas camadas de proteção, garantindo a tranquilidade dos usuários”, contextualiza.

O estudo revelou ainda que os consumidores brasileiros mais velhos, em muitos casos, têm mais probabilidade de usar carteiras digitais do que outras gerações, especialmente para pagar. A pesquisa aponta que 51% dos baby boomers e idosos e 51% da Geração X pagaram contas usando uma carteira digital, em comparação com 36% da Geração Z. Já 31% dos baby boomers e idosos no Brasil fizeram compras online usando carteiras digitais, em comparação com 20% da Geração Z e 25% dos millennials. Pensando na experiência em geral, a satisfação dos brasileiros com o uso das carteiras digitais é alta: a maior parte (83%) dos entrevistados relata estar muito ou extremamente satisfeitos. O uso desses gadgets para transações financeiras está aumentando, com 44% dos consumidores brasileiros indicando que provavelmente utilizarão uma carteira digital para esse fim nos próximos três anos.

Além de pagamentos, as carteiras digitais estão sendo amplamente adotadas para verificar identidades, acessar serviços e apresentar documentos digitais. 15% dos usuários brasileiros utilizaram suas carteiras digitais para apresentar credenciais de identidade ou acesso, como cartões de membros ou documentos nacionais. A geração Millennial se destaca como a mais ativa no uso de carteiras digitais para fins não transacionais, com 18% utilizando-as para verificar suas identidades ou acessar serviços. Para os próximos 3 meses, 34% dos respondentes afirmam que é provável que usem uma carteira digital para verificar suas identidades. A utilização de carteiras digitais para a verificação de identidade é uma prática comum no Brasil, com mais de 8 em 10 consumidores realizando esse processo no último ano, principalmente para transações bancárias, entregas de produtos e exames. No entanto, o uso de carteiras digitais para acessar ingressos de eventos ainda é relativamente baixo no Brasil, com apenas 13% dos consumidores indicando essa intenção, representando um potencial enorme transformação neste sentido.

Segundo Simone Carvalho Santos, CEO da NanoCapital, entre as principais vantagens, está a agilidade nas transações, permitindo pagamentos instantâneos, especialmente para investidores que precisam movimentar dinheiro rapidamente. “Além disso, a comodidade de reunir todas as formas de pagamento em um só lugar reduz a necessidade de carregar cartões físicos e dinheiro, diminuindo o risco de perda ou roubo”, afirma ela. Para Simone, a segurança também é um ponto positivo, pois muitas carteiras digitais oferecem autenticação de dois fatores e criptografia, protegendo as informações financeiras.

Por outro lado, a CEO da NanoCapital alerta que existem riscos associados ao uso de carteiras digitais. Um dos principais é a vulnerabilidade a ataques cibernéticos, já que hackers podem tentar acessar suas informações financeiras, especialmente se medidas de segurança não forem adotadas. “A dependência de dispositivos eletrônicos e da internet também pode ser um problema em situações sem acesso à rede ou se o dispositivo apresentar falhas, o que pode impedir transações importantes”, destaca. Para minimizar esses riscos, a CEO dá algumas dicas fundamentais. “Use senhas fortes e únicas para cada serviço, evitando combinações fáceis de adivinhar, e habilite a autenticação de dois fatores, pois adiciona uma camada extra de segurança”, reforça. “Mantenha o dispositivo e os aplicativos sempre atualizados, pois as atualizações incluem correções de segurança, e também monitore regularmente as transações, o que ajuda a identificar rapidamente qualquer atividade suspeita”, conclui.

Com Redação da B3

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