Bem longe do paredão

Por que o BBB é um sucesso comercial?

Com exposição no programa, marcas como Mercado Livre tiveram aumento de 99% nas vendas e 36% no uso de cupons (Foto: Divulgação/Globo)

O Big Brother Brasil (BBB) 2025 estreou com baixos índices de audiência na última segunda-feira, 13. Alertas ligados na Globo? Certamente. Sinal de que o reality será um mau investimento publicitário para os patrocinadores? Não necessariamente.

Já há algumas edições o programa tem valido mais pelo que repercute nas redes sociais e pelo que gera de tráfego online do que pelos números de Ibope que entrega. É o pacote que inclui TV aberta e fechada, Globoplay, adesão espontânea de tuiteiros, cobertura jornalística e torcidas digitais que convence as marcas a apoiarem-no. Acrescido de um detalhe especialmente relevante: a possibilidade de medir de maneira quase instantânea os resultados do aporte milionário.

Explico. Com as marcas inseridas no cotidiano da casa e os telespectadores valendo-se do celular como segunda tela, ficou fácil acompanhar a tradução da inserção publicitária no BBB em buscas no Google, compras online ou menções em postagens.

Foi o caso de marcas como Mercado Livre (com aumento de 99% nas vendas e 36% no uso de cupons), detergente CIF (6.000% de crescimento nas buscas), Electrolux (80% mais acessos ao site) e Seara (45% de aumento nas vendas via comércio eletrônico), conforme a Folha de S. Paulo e o Valor Econômico. Para o marketing, historicamente tão carente de números para provar o seu valor, o BBB é um dos raros investimentos precipuamente offline com mensuração convincente.

Há outros dois atrativos no BBB para as empresas. O primeiro, restrito a alguns sponsors privilegiados, é a possibilidade de participar da criação das provas, tarefas e cenários em que a marca estará inserida – um tipo de interferência difícil de obter numa novela, para citar outro produto nobre da Globo. O segundo: o programa é transmitido nos primeiros meses do ano, período em que os assuntos quentes escasseiam, favorecendo a ressonância do reality, e há todo um cardápio de novidades a ser apresentado ao consumidor pelas companhias.

Daí que as cotas comerciais atinjam preços recordes. Ainda segundo a Folha, a edição 2024 arrecadou R$ 1,5 bilhão, e a atual, quase R$ 700 milhões até novembro. Nada mau para um programa em sua 25ª edição e dado como decadente algumas vezes.

Por isso, muita calma com os números fracos da estreia. O BBB é uma prova de resistência e está recém começando.

Por que o BBB é um sucesso comercial?

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