A competência está acima de qualquer rótulo

Debate sobre as diferentes gerações foi tema do painel de abertura da cerimônia de premiação das 100 maiores empresas de Santa Catarina

Gabriela, Eyng, Aguiar e Polydoro: proximidade e transparência são essenciais na relação com os jovens

O papel atual da geração Z no mercado de trabalho foi um dos principais pontos do painel de abertura que antecedeu a cerimônia de premiação das 100 maiores empresas de Santa Catarina na terça-feira (15). O debate reuniu lideranças das chamadas gerações X, Y e Z que compartilharam suas percepções, experiências e visões de como enfrentar os enormes desafios de empresas, países e planeta na construção de um futuro sustentável. “Diálogos Geracionais: juntos construímos um futuro sustentável” contou com as presenças de Sérgio Lopes de Aguiar, diretor operacional da Liderança Serviços; Volnei Eyng, CEO da Multiplike; e Gabriela Calazans Peixer, coordenadora de geração de demandas da Senior Sistemas. Jorge Polydoro, publisher do Grupo AMANHÃ, foi o mediador da conversa. A sede da Federação das Indústrias (Fiesc), em Florianópolis, foi o palco do debate. O evento segue disponível no canal AMANHATV no YouTube (clique aqui).

Gabriela, a representante dos Zs, afirmou que sua geração já nasceu conectada com a tecnologia, que pode ser uma aliada para a busca de respostas que são sempre urgentes para os jovens. “As redes sociais nos transmitem essa urgência. Somos uma geração inconformada que procura resolver as coisas e somos promotores da mudança”, argumentou. Ao comentar o fato de os Zs não optarem por uma carreira longa nas empresas, ela disse que isso está relacionado ao propósito da organização. “Precisa ter algo maior para fazer sentido. Por essa razão as constantes trocas [de emprego] acontecem não pelo imediatismo, mas pelo propósito”, afirmou.

Para Eyng, que representou a geração Y, uma forma de fazer com que os jovens permaneçam em seus postos é a transparência. “Uma empresa que se fecha se torna menos competitiva. A transparência é uma necessidade de todos e faz com que a sociedade caminhe com mais qualidade”, destacou. Aguiar, por sua vez, defendeu que as gerações mais experientes não devem ser colocadas de lado. “O principal papel da geração X é orientar os mais jovens. Em nossa empresa temos muitos funcionários da geração Z e todos têm muita capacidade e energia, mas precisam ser bem orientados”, sublinhou.

O trio de executivos também recebeu perguntas da plateia. Uma delas foi como tirar o melhor proveito de uma relação harmoniosa entre as três gerações e sem a necessidade de usar rótulos para cada uma delas. “Se utilizar da transparência. Para o colaborador, algo tem de fazer sentido para que ele se engaje”, respondeu Eyng. Para Gabriela, a comunicação é uma ferramenta essencial. “Também não nos cabe a nós, líderes, rotular ninguém sobre qualquer coisa no ambiente corporativo. A competência está acima de qualquer rótulo”, disse. Na visão de Aguiar, manter a proximidade é essencial. “O Z tem um jeito de fazer e o X tem outra forma de fazer. Um pode ser acelerado e o outro não, daí um segura o outro, ou seja, um vai equilibrando o outro. Daí a importância de observar e estar próximo”, sugeriu.

Uma jovem da plateia pediu que os painelistas opinassem como seria uma forma de a geração Z conviver com os mais velhos que, por vezes, apresentam dificuldades para mudarem hábitos ou se atualizarem, por exemplo. “A proximidade ajuda muito. E é preciso ter paciência para que eles consigam se adaptar no tempo deles”, argumentou Aguiar. Na visão de Eyng, a cultura forte de uma empresa pode fazer com que essa polarização entre as duas gerações diminua. “Os jovens e os mais experientes trabalham em áreas diferentes dentro de uma companhia. Desse modo, o funcionário tem de se adaptar”, afirmou. “Conversas, ainda que relevantes, nem sempre conseguirão explorar todo mundo da melhor maneira. Por isso é preciso unir todas essas forças entendendo o propósito da empresa. Tem de ser um camaleão mesmo para extrair o melhor de todo mundo”, assegurou Gabriela.

Debate sobre as diferentes gerações foi tema do painel de abertura da cerimônia de premiação das 100 maiores empresas de Santa Catarina

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