Um time de primeira debaterá virtualmente vários aspectos atuais dos países asiáticos
Um time de primeira, com 28 pesquisadores e pesquisadoras de várias universidades brasileiras e estrangeiras (África do Sul, China, Dinamarca, Estados Unidos, Índia, Portugal, Rússia) debaterá virtualmente vários aspectos atuais dos países asiáticos, no 1º Seminário Internacional da Coordenadoria de Estudos da Ásia, da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, de 26 a 29 de outubro. A participação é gratuita e as inscrições se encerram dia 25. O evento será transmitido através do YouTube do Ceasia/UFPE.
Denominado “Nova ordem, velhos consensos: O sul global em perspectiva”, o evento terá oito mesas, nas quais serão abordados os temas “Crise e Conjuntura: dinâmicas internacionais contemporâneas”; “Reconfigurações hegemônicas e novos desafios” (geral e com foco no continente asiático); “Inovação e Revoluções Tecnológicas: o Sul Global em Perspectiva”; “Soberania Alimentar e Movimentos Sociais”; “Relações Sino-Africanas”; “Narrativas e Trajetórias Feministas do Sul Global”; e “O avanço das migrações sobre a ponte Ásia-América Latina”. No último dia, haverá apresentação de trabalhos selecionados.
A abertura dos trabalhos, nos três dias, ficará a cargo de conferencistas internacionais, cabendo a primeira ao professor Jason W. Moore, historiador ambiental e geógrafo histórico da Universidade de Binghamton, conhecido por contribuições sobre a crise ambiental. No dia 27 será o geógrafo Mick Dunford, economista e professor da Academia de Ciências Chinesa (CAS) e da Universidade de Sussex, especialista em planejamento urbano, desenvolvimento regional e economia política. E no dia 28 será a vez do historiador Vijay Prashad, jornalista e professor de relações internacionais.
Convidado a contribuir no debate sobre as migrações, no dia 28 à tarde, apresentarei dados a respeito da alternativa que considero essencial para diminuir o drama populacional enfrentado principalmente pela China, Japão e Coreia: a “migração reversa”, do Brasil para os três países citados. Esse fenômeno já ocorre naturalmente, por razões econômicas ou acadêmicas, mas deverá se intensificar bastante nos próximos anos, a partir de iniciativas legais estimulando a entrada de descendentes, graças a políticas públicas com oferta de recursos para quem se enquadrar nos critérios de cada país. Tudo indica que é só uma questão de tempo para o Japão, a Coreia e a China definirem políticas ativas de atração de brasileiras e brasileiros filhos, netos e bisnetos de quem migrou desses países para o Brasil no século passado.
Quando isso ocorrer em grande escala, será a famosa solução de “cobrir um santo descobrindo outro”, porque o Brasil se aproxima rapidamente de uma crise demográfica semelhante à desses países asiáticos, a mesma enfrentada também pelos países europeus (principalmente Portugal, Espanha, Itália e Polônia), que abasteceram o país durante décadas com milhares de famílias para a agricultura, comércio e indústria. Agora, assombrados com o envelhecimento acentuado e a perspectiva de redução drástica do tamanho de suas populações até 2100, não têm outra alternativa a não ser “importar” gente – de preferência, descendentes da sua própria gente.
Um time de primeira debaterá virtualmente vários aspectos atuais dos países asiáticos